Primeira República Portuguesa

Em 1910, a República Portuguesa ficou a ser, com a III República Francesa, uma das únicas repúblicas modernas da Europa. Na República Portuguesa, começou por vigorar o princípio de que "o país é para todos, mas o Estado é para os Republicanos". A sua vontade de romper com o passado era óbvia, como no caso dos símbolos nacionais. Os republicanos poderiam ter optado pela bandeira azul e branca sem a coroa e pelo hino da Maria da Fonte, associado à esquerda liberal: mas preferiram uma bandeira com as cores do partido, verde e vermelha, escolheram para hino a marcha anti-inglesa de 1890, A Portuguesa. A moeda foi mudada de real para escudo.

 

A revolução a 5 de Outubro de 1910 veio preencher um vazio político. Ninguém, por isso, lhe resistiu. O governo provisório teve apenas de telegrafar a notícia aos comandos militares e autoridades civis da província. A hierarquia do exército aderiu em massa. A república "feita por todos" foi aceite por todos. Até os bispos recomendaram respeito pelas novas autoridades. As potências europeias guardaram um período de nojo, até à aprovação da constituição e eleição do Presidente da República em Agosto de 1911, tendo reconhecido posteriormente o novo regime.

 

Contudo, os republicanos não poderiam ser tratados como uma massa homogénea, pelo contrário. Estes estiveram divididos, não só por uma intensa disputa de poder, mas também por concepções diversas do que deveria ser o regime. Também a primeira guerra mundial (1914-1918) e a participação de Portugal no esforço de guerra dos Aliados a partir de 1916 separaram duas épocas muito diferentes.

 

Adaptado de Rui Ramos, História de Portugal, A Esfera dos Livros

Neste recurso electrónico, ficarão a conhecer algumas medidas governativas da 1ª República, nomeadamente no campo social, no ensino e nas relações igreja-estado, através da análise de um conjunto de documentos (ver processo).